Teste de proficiência

Para aqueles que já tiveram contato com o idioma, há um teste de proficiência completo (de teor objetivo e subjetivo no teste escrito + teste oral) e um questionário gramatical. Além de servir para auxiliar o professor a identificar o nível do aluno, estes testes fornecem dados importantes para diagnosticar possíveis lacunas no conhecimento atual do aluno, de modo a oferecer ao professor uma visão mais detalhada para a escolha do método mais adequado e das matérias a serem abordadas com maior destaque quando identificadas as deficiências.

A importância desta etapa, frequentemente negligenciada por orientadores e professores de grandes instituições, acarreta necessariamente na baixa absorção do conteúdo, criando lacunas e deformações no aprendizado de tal forma que o aluno sente-se naturalmente frustrado por dar-se conta de que não está aprendendo como deveria. Estas lacunas, quando não diagnosticadas, implicam também na extensão cada vez mais “arrastada” da duração do curso, que tende a ser cada vez maior, visto que os problemas não foram devidamente identificados, tampouco sanados. A título de exemplo, já peguei turmas de nível avançado onde alunos, que estudaram o idioma por quatro anos em várias instituições, não têm coisas tão elementares como os verbos avoir/être (ter/ ser e estar) na ponta da língua. Como os outros professores ou orientadores deixaram uma coisa dessas passar batido? Como classificaram estes alunos em nível avançado quando não dominam algo primordial do nível básico? Por isso insisto no ponto de que se os problemas não forem identificados e devidamente sanados, o aluno corre o risco de sofrer o que chamo de indigestão linguística, ou seja, passa a absorver cada vez menos o conteúdo das aulas, que tendem a aumentar o fluxo de informações com o passar do tempo, criando confusões e fazendo mesclas desconexas de conteúdos, aquela famosa “mistureba”. E o pouco que consegue absorver não se encaixa dentro do contexto, justamente por haver carência dos elementos previamente ensinados e necessários para sua inserção e compreensão. A este problema atribuo também o fato da má desenvoltura oral. Quando o aluno não absorve ou não compreende um conteúdo X da língua, ele fica suscetível ao estado de dúvida por não possuir plenamente aquele conhecimento e, portanto, hesita ao falar. Ou simplesmente não fala: ele trava. Isto indica que o conteúdo não está claro o suficiente para o aluno. No início do aprendizado, isto é absolutamente comum e natural acontecer. Mas quando isto ocorre com frequência com um aluno de nível mais avançado, é porque há um problema não resolvido. Quem nunca se deparou com aquele colega que estuda um idioma em uma boa escola há anos, mas possui um domínio muito baixo da língua estudada? Daí vem a minha preocupação em torno da importância do teste de proficiência bem realizado e da eventual reparação advinda dos resultados obtidos.

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